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É cada vez maior a evidência científica sobre a forma como pessoas trans e não binárias são desproporcionalmente afetadas por problemas de saúde mental e doenças mentais.
A prevalência de depressão, ansiedade e comportamentos autolesivos é superior à população geral. Vários estudos têm demonstrado que, ainda assim, enfrentam maiores entraves no acesso a cuidados de saúde. O estigma, a discriminação e a violência transfóbica não só tem uma relação direta com esse sofrimento, como dificultam que peçam ajuda, que cheguem cedo aos serviços e piora a relação terapêutica com profissionais de saúde.
Ao longo de 13 anos, a psiquiatra Zélia Figueiredo acompanhou cerca de 700 pessoas em consulta no Serviço Nacional de Saúde. Durante esse período, ajudou pessoas trans a navegar um sistema de saúde nem sempre acessível: encaminhou-as para outras consultas; apoiou-as nas conversas com a família; ajudou-as a compreender o que estava a acontecer; deu formação a outros profissionais de saúde; falou em escolas. Acredita que no dia em que a sociedade como um todo compreenda o que é ser trans, grande parte do seu trabalho deixa de ser preciso.
Esta quinta-feira, Dia Internacional da Saúde Mental, republicamos uma entrevista com Zélia Figueiredo, coordenadora do grupo consultivo para a Diversidade Sexual e de Género da Direção-Geral da Saúde.
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A justiça restaurativa não é uma ideia americana ou europeia dos anos 70. Na verdade, o conceito funde práticas indígenas africanas e norte-americanas de resolução de conflitos. Mas tem vindo, nas últimas décadas, a ganhar importância dentro dos sistemas penais ocidentais, em particular em crimes cometidos por jovens ou percepcionados como de baixa gravidade, tentando responder às críticas de que a atual justiça retributiva e punitiva falha tanto às vítimas como aos infratores.
Em Inglaterra e no País de Gales, a polícia, tribunais e gabinetes de reinserção social têm a obrigação legal de oferecer à vítima a hipótese de participar em processos de justiça restaurativa. Mas, na prática, nem todas têm essa oportunidade. Rebecca Banwell-Moore, investigadora de pós-doutoramento em criminologia na Universidade de Nottingham, estudou o quão distante está a teoria da realidade. Acredita que a justiça restaurativa faz falta aos tribunais, às polícias e às prisões, mas ainda não acha que os vá substituir.
Esta entrevista faz parte da séria sobre as prisões em Portugal que estamos a produzir. Sabe mais em www.fumaca.pt/prisoes/
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Desde o chamado período colonial, pessoas e recursos fluem do Sul para o Norte, de uma forma muitas vezes violenta. A crise climática reflete esse mesmo desequilíbrio de forças e deixou à vista uma dívida ecológica histórica por pagar.
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Em junho de 1972, um acordo internacional das Nações Unidas assumiu uma nova maneira de pensar a relação com o ambiente. Em Estocolmo, líderes dos Estados-membros reconheceram, pela primeira vez, a existência de alterações climáticas provocadas pelas atividades humanas. Nos 48 anos que passaram desde então, as emissões globais de gases com efeito de estufa duplicaram.
[Nota: Uma parte deste episódio é falado em inglês e francês. Se quiseres ouvir uma versão traduzida para português, procura "Extras", do Fumaça, na tua aplicação de podcasts.]
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Em 2011, Ioane Teitiota pediu à Nova Zelândia que o reconhecesse como o primeiro refugiado climático do mundo. Kiribati, o pequeno arquipélago no Pacífico onde vive com a mulher e os três filhos, poderá estar praticamente submerso em 2050. A sua luta terminou sem sucesso. E, ainda hoje, os refugiados climáticos caem pelas brechas da lei de asilo.
[Nota: Uma parte deste episódio é falado em inglês. Se quiseres ouvir uma versão traduzida para português, procura "Extras", do Fumaça, na tua aplicação de podcasts.]
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