Como duas empresas australianas desconhecidas estão atropelando passos importantes em processos de licenciamento ambiental para lucrar bilhões com a mineração de terras raras no sul de Minas Gerais.
Caldas e Poços de Caldas, duas cidades do sul de Minas, se tornaram centrais numa das maiores disputas geopolíticas da atualidade. Isso se deve à alta concentração de minerais de terras raras ali. Especialistas chamam a reserva de "unicórnio da mineração". Ela é tão grande que poderia suprir 20% da demanda mundial.
Os minerais de terras raras hoje estão entre os recursos mais valiosos do mundo por serem essenciais na produção de imãs, componentes básicos de dois itens de extrema importância no mundo atual: motores elétricos - vitais na tentativa global de diminuir o uso de combustíveis fósseis - e armas de guerra.
O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, ficando trás só da China, que está numa guerra tarifária com os EUA. Nesse episódio nos fomos a Minas Gerais para acompanhar as movimentações de um grupo de moradores que resolveu se opor aos projetos de mineração nas cidades onde eles vivem.
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Entrevistados do episódio
Mestre em física, ex-vereador e candidato a prefeito de Caldas pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Arquiteta e urbanista. Pesquisadora do Núcleo de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Chefe da Divisão de Minerais Críticos e Estratégicos da Agencia Nacional de Mineração (ANM).
Wagner Fanin
Eletricista e técnico ambiental.
Ademilson Kariri e Cariusa Kiriri
Lideranças do povo Kiriri em Caldas.
Professor e deputado federal de Minas Gerais pelo Partido dos Trabalhadores (PT-MG).
Ficha técnica
Edição: Matheus Marcolino.
Mixagem de som: Vitor Coroa.
Trilha sonora tema: Paulo Gama
Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari
Direção, roteiro e apresentação: Tomás Chiaverini
Episódio publicado originalmente em 14 de dezembro de 2022.
No começo do século passado, um homem chamado Thomas Midgley revolucionou a indústria automotiva. Na época, ele trabalhava para uma empresa de engenharia que prestava serviço para a General Motors. Midgley descobriu que, ao adicionar uma pequena quantidade de chumbo na gasolina, os motores ganhavam muito em potência e em eficiência, e quebravam menos.
A descoberta permitiu carros maiores e mais confortáveis. Ajudou a criar os Estados Unidos das autoestradas e a moldar o fascínio do mundo inteiro pelos automóveis. Mas, ao mesmo tempo, envenenou o planeta com um metal pesado e nocivo à saúde humana.
Anos mais tarde, ainda trabalhando para a GM, Midgley fez outra descoberta que revolucionaria a indústria. Ele foi o primeiro a usar o gás clorofluorcarbono na refrigeração. Os carros ganharam aparelhos de ar-condicionado, as casas ganharam geladeiras mais seguras e a humanidade ganhou latinhas de aerosol.
Como consequência, o céu sobre a Antártica ganhou um buraco na camada de ozônio que tornou o câncer de pele e outras doenças mais comuns.
A partir das invenções de Thomas Midgley, este episódio reflete sobre o impacto muitas vezes nocivo que nossas invenções causam no planeta. E sobre a postura da humanidade diante de questões atuais, como as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global.
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Breve história de quase tudo
Prometheans in the Lab: Chemistry and the Making of the Modern World (em inglês)
Cautionary Tales – The inventor who almost ended the world (podcast em inglês)
Radiolab - Heavy Metal (podcast em inglês)
Ozone Crisis: The 15-Year Evolution of a Sudden Global Emergency (em inglês)
Susan Solomon and Stephen Andersen on Saving the Ozone Layer (podcast em inglês)
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Entrevistados do episódio
Graduado em engenharia mecânica pela Escola de Engenharia Mauá, com mestrado em engenharia ambiental - Technion Institute of Technology, doutorado em engenharia ambiental - Purdue University (1982) e pós-doutorado no Joint Research Center/EEC. Pesquisador do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Jornalista de ambiente e ciência. Repórter e apresentadora do podcast Tempo Quente.
Ficha técnica
Trilha sonora tema: Paulo Gama,
Mixagem: João Victor Coura
Design das capas: Cláudia Furnari
Concepção, produção, roteiro, edição e apresentação: Tomás Chiaverini
Trilha incidental: Blue Dot
Longe das favelas, fora do alcance da polícia que mata pelas costas, existe uma classe especial de traficantes. Os transportadores de drogas. Geralmente são jovens, ricos que entram no crime pela aventura, fazem milhões e raramente são pegos.
Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizado em 2023, apontou o perfil dos réus processados por tráfico de drogas no Brasil. A maioria dos acusados tem no máximo 30 anos , cursou somente até o ensino fundamental e é composta por pessoas não brancas. Um terço das abordagens que levou essas pessoas a serem acusadas foi motivado por um "comportamento suspeito" notado durante o patrulhamento da polícia.
Esse "perfil" do traficante brasileiro foi perpetuado por novelas, imprensa, e, em especial, operações policiais - que valem-se desse imaginário do traficante para a promoção de massacres e assassinatos sem direito a julgamento nas periferias.
Mas, muito longe das favelas e do ambiente da "guerra às drogas", estão criminosos que movimentam quilos de cocaína e enormes quantias em dinheiro. No livro Nobres traficantes (Zahar), o jornalista Bruno Abbud conta como jovens ricos entram para o tráfico em busca de adrenalina, e como eles recebem um tratamento muito diferente da polícia e do judiciário - mesmo quando são pegos.
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Nobres traficantes: Histórias da elite no crime (link para compra)
Entrevistado do episódio
Jornalista e escritor, autor de Nobres traficantes: Histórias da elite no crime (Zahar).
Ficha técnica
Produção e edição: Matheus Marcolino.
Leitura adicional: Priscila Pastre
Mixagem de som: Vitor Coroa.
Trilha sonora tema: Paulo Gama
Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari
Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini
Neste episódio falamos sobre a obsessão masculina com o tamanho do pênis e sobre como a objetificação do falo em tempos de redes sociais impacta este fenômeno.
A parte mais sensível de um homem é seu pênis. Por meio dele é possível performar masculinidade - como Jair Bolsonaro fez ao se autodenominar "imbroxável" -, ou atacar a moral de um inimigo. O ex-presidente Barack Obama, vencedor do Nobel da Paz, se prestou a caçoar do tamanho do pênis de Donald Trump em um comício da campanha democrata em 2024.
Estudos mostram que essa é uma questão global: 55% dos homens estão insatisfeitos com o tamanho dos próprios pênis. O dado é compreensível, mas se torna irônico quando o mesmo estudo aponta que 85% das mulheres estão satisfeitas com o tamanho do que os parceiros têm a oferecer.
Diante disso, partimos em busca de respostas para algumas das maiores questões envolvendo o órgão sexual masculino? Como ele funciona afinal? Tamanho é documento? Como são as cirurgias que prometem ganhos estéticos e funcionais? E qual é o impacto de se associar pênis pequenos à falhas de caráter?
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O homem não existe: masculinidade, desejo e ficção (link para compra)
Entrevistado do episódio
Doutora em literatura pela Universidade de Brasília (UnB), professora de teoria da literatura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), crítica literária e escritora. Autora do livro "O homem não existe", editora Zahar.
Médico urologista, autor do livro "Tamanho é documento".
Ex-médico urologista responsável pelo recorde mundial de aumento peniano no Guinness Book, o livro dos recordes. Hoje, atua como advogado.
Ficha técnica
Produção e edição: Matheus Marcolino.
Leituras adicionais: Lígia Diniz
Mixagem de som: Vitor Coroa.
Trilha sonora tema: Paulo Gama
Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari
Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini
Neste episódio, a gente conta como o antropólogo Michel Alcoforado passou 15 anos infiltrado no mundo das elites econômicas brasileiras e saiu de lá com o livro que se tornaria um dos maiores sucessos editoriais de 2025.
No recém-lançado Coisa de Rico (Todavia), Michel Alcoforado mostra como os super ricos brasileiros usam iates, quadros, vinhos, mansões e mocassins para se diferenciar. Mostra como essas “coisas de rico” servem ao mesmo tempo para criar identidade e para manter os pobres mortais (ou mortais pobres) do lado de fora.
Mostra como os novos ricos penam para entrar nesse mundo de champagne e caviar. E como os ricos tradicionais penam para mostrar que estão ali desde sempre, que o lugar deles é natural e não resultado de um sistema social cruel e desigual.
Mas, para mostrar tudo isso, o Michel teve de se infiltrar nesse mundo, teve de mudar a própria imagem e até a própria personalidade. Teve de se tornar Michel Alcoforado, o antropólogo do luxo. Esse episódio fala sobre a jornada do Michel que deu origem ao Coisa de Rico.
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Coisa de rico - a vida dos endinheirados brasileiros (link para compra)
Entrevistado do episódio
Douto em antropologia social, palestrante, comentarista da Rádio CBN e apresentador do podcast É Tudo Culpa da Cultura.
Ficha técnica
Produção e edição: Matheus Marcolino.
Mixagem de som: Vitor Coroa.
Trilha sonora tema: Paulo Gama
Design das capas dos aplicativos e do site: Cláudia Furnari
Direção, roteiro e sonorização: Tomás Chiaverini